Estávamos nós em plena pós-revolução "dos cravos", eis que sucede o 11 de Março de 1975, que atingiu particularmente o Ralis, portanto bem perto da nossa casa, onde eu estava sózinha com a Sandra com 2 anos e a Josélia, a minha "ajudanta" de então. Pelo grande susto que apanhei (julgava que as balas estavam a cair na minha varanda), quando o Raul chegou, zanguei-me muito por ele não ter vindo logo a correr "socorrer" as donzelas indefesas que se enontravam aterradas no lar, doce lar. Ele respondeu-me que a estrada estava cortada e que teve que ir dar uma grande volta para chegar a casa. Lá aceitei a desculpa e por aí ficou.
Uns anos mais tarde, uma das telefonistas do meu local de trabalho, chamou-me, porque tinha uma coisa para me oferecer. Tinha estado na véspera em casa de um amigo que era fotógrafo profissional e tinham estado a ver umas fotos tiradas por ele, quando ela pôs a vista em cima de uma delas e disse: "Eu conheço este senhor!" Ele ofereceu-lhe a foto e ela quis fazer a gentileza de me presentear com a dita.
Só que, quando eu virei a foto, tinha escrito por trás: "Ralis, 11 de Março 1975"!!! A surpresa foi "grande" para mim e ainda "maior" para o Raul quando o confrontei com a foto na mão... "Com que então a estrada estava cortada???" Ao que ele, com um sorriso muito descarado, me respondeu: "Então, eu tinha que estar em cima do acontecimento!!!"
Bom, já não me lembro se nos zangámos outra vez ou não, mas aqui fica o troféu comprovativo de que, mesmo o marido mais representativo do "arquétipo da perfeição", engana a esposa num abrir e fechar de olhos!!!
Mas o rapaz até era giro! Só as patilhas então...
Vejam a "notícia" do dia!
ResponderEliminarSó tu para te zangares com o Raúlzinho...
ResponderEliminarAinda se ele estivesse agarrado a uma loira, ou mesmo morena...
A única "perigosa" perto dele, é a arma que o outro tem na mão!
Foi só nessa altura que tu percebeste que ele gostava de estar em cima do acontecimento???
Francamente, já nem uma mentirinha inocente se pode contar...já a minha mãe dizia que mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo...ora ele de coxo não tinha nada e até se compreende que tivesse querido ir para cima do acontecimento...
ResponderEliminarEu acho que esta mentirinha não é relevante. Primeiro, porque ele ainda era um marido estagiário e depois sabia perfeitamente que as donzelas não se "enontravam" em perigo. A Belinha fala de uma arma que outrotem na mão, mas eu aumentei a foto e a arma que penso ser a que ela diz, mais me pareceu um pau. Além demais o Raul está sempre contra os canhões, marchar, marchar, nem que seja uma reprimenda qualque vinda de um simples soldado raso. O que ele tem é de estar sempre em cima do acontecimento, senão como é que teríamos acesso a tantas cenas inimagináveis.
ResponderEliminarOlha Lurdinhas, não sei se gostei muito dessa do "simples soldado raso"... Quem era "esse"???
ResponderEliminarE, como sempre, estás "fraquita de vistas"! O que te pareceu um pau, era mesmo... uma metralhadora! Não era uma pistolinha, é uma arma bem grandinha!!! Que em nada incomodava o "herói" da foto...
Como eu gosto de te ver em ponto de rebuçado, Tellinha! Claro que eu queria dizer é que a Generala estava em casa, em pulgas, por não saber do seu Almirante. Também não estou fraquita de vista, mas como detesto armas, preferi chamar-lhe pau. E até como não estava cá nesta altura, armas, paus, metralhadoras ou pistolinhas não povoavam a minha mente. Beijoquinhas "Generala"
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